Inválido ou deficiente!

 

Discriminação a invalidez 

Uma das vantagens que o deficiente tem é que seu problema é visível e aparente.
Todo e qualquer orgão seja ele jurídico ou fisíco, ao perceber que está diante de um deficiente
torna sua necessidade mais urgente (o que deve ser aplicado), facilitando o seu acesso ao fim de se propõe, seja em filas, estacionamento,etc.
A grande maioria dos deficientes, ainda podem e devem (não discordo de seus direitos) obter colocações no mercado de trabalho. E não é por acaso em que muitas vezes estes alcançam resultados maiores e de vultos mais eficazes do que pessoas consideradas normais. 
Mesmo quando não possuem capacidade laborativa devido a deficiência, alcançam a aposentadoria por invalidez  causada pela deficiência. E por ter a deficiência visível, continuam com seus direitos em vigor.

O que quero dizer com isso?

Uma das deficiências mais conhecidas é a causada pela espinha bifída, conhecida clinicamente como meningocele,  doença congênita do tubo neural (a coluna vertebral não se fecha adequadamente), onde as meninges são afetadas mas a medula espinhal em si se desenvolve normalmente, ou mielomeningocele (na sua forma mais grave) onde as meninges e a medula espinhal são projetadas para fora da coluna, na maioria das vezes sem o envoltório da pele sobre o local (o que requer cirurgia emergencial para cobrir o local com pele, evitando danos maiores como infecção das meninges.
O tipo mais comum de espinha bifída é da espinha bifída oculta, que segundo a medicina atinge a 40% da população. e  que provoca poucos sintomas.

Como relato em meus depoimentos anteriores, eu nasci com mielomeningocele sacral oculta, e por um capricho do destino, nunca fui afetado acentuadamente pela mesma a não ser os sintomas que já descrevi. Atualmente com cuidados médicos e
exames que comprovam o acentuado comprometimento dos meus orgãos, fui enca- minhado para a aposentadoria por invalidez para qualquer atividade laborativa. Tornei-me um INVÁLIDO.

As sequelas que me afetam hoje devido a mielomeningocele, tornam-se quase tão altas como as que me afetariam se as tivesse sofrido no nacimento:
a) Não usei cadeias de rodas ou proteses para deambular.
Porém atualmente para me locomover preciso de bengalas, e ainda assim deam- bulo com dificuldades, pois sinto dores terríveis na coluna á altura da cintura pouco acima de onde está minha mielo (vide fotos recentes que postei).As pernas pesam demais  e doem, ficam bambas e trêmulas como se acabasse uma longa subida de uma escada.
Normalmente não consigo permanecer em pé durante muito tempo (em filas por exemplo) e nem sentado por longos periodos (como era o caso da minha profissão na epóca da aposentadoria, "porteiro".) 
b) Durante a noite, sofro de cãimbras, se durmo em decubito dorsal (de barriga para cima) o peso sobre o caroço formado pela mielo faz com eu sinta uma pressão no cérebro e se dormir ao acordar não consigo me mexer estando paralisado do tronco  para baixo.
c) Dores e cabeça, tonturas,e perda de equilibrio acenturam -se mais agora.
Agora mesmo quando escrevo diante do computador, tenho dores loucas na altura da nuca.
d) Problemas relacionados a bexiga e intestino estão mais constantes. Atualmente sinto os musculos em torno do esfincter anal como se estivessem dormentes, embora ainda tenha controle normal sobre ele.

Hoje estou habilitado para dirigir veiculos de passeio, ainda assim não posso dirigir por longos períodos. Se caso for viajar para  cidades longes um de meus genros e a família viajará comigo, pois no caso de passar muito tempo dirigindo tenho cãimbras e  sou obrigado a parar, estacionar e esperar passar a dor.
Ora como ao ser visto e se ninguém souber dos meus problemas, sou obrigado a enfrentar toda a burocracia que uma pessoa  comum enfrenta ao ir a um banco, (filas enormes e demoradas), procurar local para estacionar (o que muitas vezes é longe do local onde me destino). E se pergunto a possibilidade de usar a fila de deficientes, idosos ou semelhante, ou ainda se a ocupo  diretamente, tem sempre alguém que se acha no direito de julgar que existem "oportunistas " na vida. E se disser que estou aposentado por invalidez, tem sempre um que diz "também sou aposentado e nem por isso tomo lugar de outro".

AÍ, O PORQUE O MEU TEMA :

UM INVÁLIDO É MAIS DISCRIMINADO QUE UM DEFICIENTE!